Numa jornada sem grandes surpresas, o destaque vai para a convincente vitória do Nacional, no reduto do Feirense. Islam Slimani tem sucessão assegurada e não estamos a falar de Bas Dost. Okacha Hamzaoui, ponta-de-lança argelino dos insulares, fez um hat-trick, com um pontapé de bicicleta incluído, foi o MVP da jornada e parece querer assumir-se como o novo embaixador da Argélia no futebol nacional. Pelo menos enquanto Brahimi continuar a ser Brahimi. No final do rescaldo, como é hábito, tens a equipa da semana.
Porto 3–1 Boavista
MVP: André Silva (PRT, 11 pts)
O dérbi da invicta era o jogo em que o Porto tinha de dar uma resposta aos maus resultados da última jornada e da Liga dos Campeões, mas a coisa não podia ter começado pior. Aos cinco minutos, na sequência de um livre, Henrique marca o golo do Boavista. O pior pesadelo dos dragões parecia prestes a concretizar-se, mas a equipa deu uma excelente resposta, com Danilo a cabecear ao poste pouco depois. O golo chegaria mesmo, por intermédio de André Silva, que respondeu da melhor forma a um passe magistral de Otávio. Danilo desperdiçou mais uma oportunidade de cabeça mas, antes do intervalo, Otávio ganhou um penálti, que André Silva converteu para consumar a reviravolta. O Boavista nunca pareceu capaz de discutir o resultado e, na segunda parte, o Porto selou a vitória com um cruzamento de Alex Telles, chegado à baliza, que o guarda-redes do Boavista não segurou, acabando a bola no funda das redes.
Sporting 4–2 Estoril
MVP: Bas Dost (SPO, 11 pts)
Depois da derrota em Vila do Conde, o Sporting entrou em campo com vontade de afastar qualquer cenário de crise. Aos 12 minutos, os suspeitos do costume entraram em acção: Gelson pela direita a cruzar, Bas Dost a marcar um grande golo, num cabeceamento em mergulho. Na primeira parte, apesar de ter tido mais oportunidades, o Sporting não conseguiu a tranquilidade. Foi preciso esperar pelo segundo tempo para ver o segundo golo surgir, num cabeceamento do central uruguaio Coates. Logo a seguir, Bas Dost matou o jogo, com um golo de fora da área, na sequência de um grande passe de William Carvalho. Quem achava que o jogo estava feito, enganou-se. Os últimos 10 minutos trouxeram mais três golos: o Estoril reduziu aos 85’, por Bruno Gomes e, já no tempo de compensação, André estreou-se a marcar no Sporting e Bruno Gomes bisou no último lance, estabelecendo o resultado final de 4–2.
Feirense 0–3 Nacional
MVP: Okacha Hamzaoui (NAC, 16 pts)
Embalados pela vitória no dérbi da Madeira, os primeiros pontos que o Nacional conquistou nesta temporada, os pupilos de Manuel Machado visitaram o Feirense dispostos a dar seguimento às vitórias. O jogo começou dividido, com oportunidades em ambas as balizas, até que Okacha Hamzaoui, avançado argelino do Nacional, sacou um pontapé de bicicleta que ninguém esperava, nem sequer o guarda-redes do Feirense, que foi buscar a bola ao fundo da baliza. Na segunda parte. Hamzaoui fez questão de vincar que a história dos pontas-de-lança argelinos em Portugal tem um novo capítulo. Ainda antes da hora de jogo, Hamzaoui completou o hat-trick e matou o jogo. O seu concorrente de ataque, Nelson Bonilla, conseguiu ser expulso ao levar dois amarelos por protestos no mesmo lance. Caso Manuel Machado não tivesse ficado esclarecido sobre quem deve ser o homem da frente, o salvadorenho deu-lhe uma ajudinha a decidir.
Chaves 0–2 Benfica
MVP: Álex Grimaldo (BEN, 9 pts)
Chaves e Benfica entraram em campo como as duas únicas equipas sem derrotas na Liga. A equipa da casa fez questão de mostrar porque é que está a ser uma das equipas sensação deste arranque. O Benfica dispôs de uma boa oportunidade, por Mitroglou, e de um lance em que o grego marcou mesmo, mas o golo foi invalidado por fora-de-jogo. Dos flavienses, houve também um golo invalidado por fora-de-jogo e um lance em que por três vezes podia ter dado golo: duas bolas no poste e um último remate ao lado. Os crentes na força sobrenatural da estrelinha de campeão tiveram ali um belo exemplo da sua fé a operar milagres. No segundo tempo, o Chaves perdeu algum fulgor e o Benfica acabou por superiorizar-se naturalmente. Mitroglou fez mais um golo invalidado por fora-de-jogo e só à terceira é que contou mesmo. Livre de Grimaldo, desvio subtil do grego com a cabeça e jogo desbloqueado. Já depois dos 80, o golo da tranquilidade nasce de outro livre de Grimaldo. A bola bateu na barreira e sobrou para Pizzi que, à entrada da área, rematou em jeito. Liderança mantida e, agora, o tricampeão é a única equipa sem derrotas na Liga.
Braga 2–1 V. Setúbal
MVP: Wilson Eduardo (BRG, 10 pts)
Com a derrota caseira frente ao Paços a manchar o currículo, o Vitória de Setúbal chegou a Braga com vontade de se impôr. Num jogo banhado pela chuva intensa, os sadinos dispuseram de um par de boas oportunidades, uma delas desperdiçada de forma escandalosa por André Claro. Foi preciso a ajuda da defesa bracarense, num lance caricato que isolou Claro, para que o atacante vitoriano conseguisse mesmo marcar. A segunda parte, contudo, começou com um penálti para o Braga, que Alan converteu no golo da igualdade. Pouco tempo depois, o mesmo Alan, dentro da área, amortece uma bola para Wilson Eduardo encher o pé e selar o 2–1. Até ao final, oportunidades repartidas pelas duas equipas, mas o resultado não mais se alteraria.
Marítimo 2–0 Tondela
MVP: Éber Bessa (MAR, 9 pts)
Vindos de três derrotas consecutivas, que valeram a troca de treinador, os jogadores do Marítimo não quiseram desperdiçar a oportunidade de voltar às vitórias, na recepção ao último classificado Tondela. Daniel Ramos, o novo técnico dos verde-rubros, terá ficado agradado com a entrada em jogo da sua equipa. Depois de algumas boas oportunidades, Éber Bessa inaugurou o marcador num lance em que a pressão dos atacantes do Marítimo sobre os defesas do Tondela, obrigou os visitantes a errar. As coisas complicaram-se quando, noutro lance de pressão alta, Claude Gonçalves fez falta, depois de perder a bola, e viu o segundo amarelo, deixando o Tondela reduzido a dez. Não demoraria muito até que, respondendo de cabeça a um canto, Dyego Sousa ampliasse a vantagem dos insulares. O Tondela nunca conseguiu incomodar e o resultado podia ter sido ainda mais desnivelado.
Paços de Ferreira 2–1 Rio Ave
MVP: Mateus Silva (PFE, 9 pts)
Se o Rio Ave tinha entrado com tudo na recepção ao Sporting da jornada anterior, na visita a Paços de Ferreira provou do seu próprio veneno. A equipa pacense foi contundente no início da partida, colocando-se a vencer por 2–0 ainda antes dos 20 minutos de jogo, com golos de Mateus Silva e Barnes Osei. Depois de dar os dois golos de avanço, o Rio Ave tentou regressar ao jogo, e teve algumas ocasiões na primeira parte, sem conseguir concretizar. No segundo tempo, o mesmo Gil Dias que aterrorizou o Sporting arrancou um lance de génio, furando da linha para o interior da área passando pelos adversários como faca quente em manteiga: na conclusão, porém, Mário Felgueiras fez a mancha perfeita, impedindo o golo de antologia. Depois foi Tarantini a desperdiçar de cabeça uma ocasião e claríssima. Só depois dos 80 é que Gil Dias, em mais um lance em que vem da direita para o meio, deixa a bola a jeito de Wakaso encher o pé e desfeitear o guardião do Paços. A reacção foi tardia e o Rio Ave não conseguiu chegar ao empate.
Moreirense 0–1 V. Guimarães
MVP: Douglas (VGM, 8 pts)
No dérbi de Guimarães, o Moreirense foi a primeira equipa a criar verdadeiro perigo, num livre directo de Neto. O mesmo Neto seria protagonista por motivos diferentes, aos 33’, quando viu o vermelho directo após uma entrada dura. É já a segunda expulsão para o jogador brasileiro do Moreirense, que tinha visto duplo amarelo frente ao Sporting. Apesar da vantagem numérica do Vitória, o jogo foi para o intervalo a zeros. No reinício, o Moreirense dispôs de uma boa oportunidade para inaugurar e voltaria a criar perigo apesar da inferioridade. Apesar disso, o Vitória foi sempre a equipa mais perigosa e conseguiu a vantagem ao minuto 79, por intermédio do inevitável Marega. Foi preciso tentar três vezes: primeiro o guarda-redes defendeu, na recarga Marega atirou ao poste e só à terceira conseguiu atirar para o fundo das redes, estabelecendo o resultado final.
Belenenses 1–1 Arouca
MVP: Abel Camará (BEL, 8 pts)
A fechar a jornada, o Belenenses recebeu o Arouca no jogo mais pobre da sexta ronda da Liga Portuguesa. A equipa de Julio Velázquez vinha de quatro jogos sem perder e, em caso de vitória, subia ao quinto lugar do campeonato. Mas isso não pareceu ser motivação suficiente, mesmo recebendo um Arouca que vinha de três derrotas consecutivas. A história do jogo resume-se praticamente aos golos. Abel Camará fez o do Belenenses, num cabeceamento após cruzamento de Gerso Fernandes, aos 15 minutos de jogo. Na segunda parte, o Arouca chegou ao empate com um golo de Kuca, a desviar um bom cruzamento de Artur Moreira. O resto foi luta intensa, muitas bolas pelo ar e pouco futebol.
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