
Desde 2002 que não havia quartos de final de provas europeias sem qualquer equipa portuguesa. Este ano, é isso que acontecerá, após a queda dos dois que restavam na Champions: Benfica e Porto. Com a luta pelo título nacional ao rubro, dragões e águias têm tido sempre os mesmos resultados, a vitória. Na Champions, fizeram o mesmo, mas com a derrota.
O adeus português
Já se sabia que a parca vantagem trazida da primeira mão, no Estádio da Luz, seria muito difícil de gerir em Dortmund. Logo aos 4 minutos, Aubameyang abriu o marcador, anunciando que a fraca eficácia da primeira mão estava esquecida. O Benfica conseguiu aguentar toda a primeira parte sem sofrer mais golos e foi explorando os espaços que foi tendo. Isto durou até ao minuto 59, quando Pulisic ampliou a vantagem dos alemães e os colocou na frente da eliminatória. Dois minutos depois, Aubameyang bisou e sentenciou a eliminatória. O Benfica caiu a partir desse momento e sofreu mais um golo, aos 85, no hat-trick de Aubameyang. Aconteceu o que muitos temiam e o Benfica saiu de Dortmund goleado.
Uma semana depois, foi a vez do Porto visitar Turim. Depois da derrota no Dragão por 2–0, só um milagre podia salvar os azuis e brancos. E o milagre não aconteceu. O que aconteceu foi um repetir da história: expulsão para o Porto e derrota. Desta vez foi Maxi Pereira, que impediu um golo da Juventus com os braços, numa excelente defesa a imitar Casillas. No penálti, Dybala marcou o único golo da partida, ao minuto 42, e sentenciou a partida. A jogar com dez, em Turim, e a precisar de marcar três golos para passar, o Porto, naturalmente, não teve forças. A Juventus limitou-se a gerir e apurou-se.
Os repetitivos
Nos dois primeiros jogos destes oitavos, Real Madrid e Bayern repetiram exactamente os mesmos resultados da primeira mão. O Real foi vencer os italianos por 3–1, como já tinha feito em Madrid. O Napoli entrou bem e marcou primeiro, por Mertens, mas depois aconteceu o que acontece quando o Real está em apuros: Sergio Ramos. O central marcou duas vezes, de cabeça em cantos, e decidiu a eliminatória. Morata só teve de confirmar no fim.
Também o Bayern repetiu a vitória por 5–1 sobre o Arsenal, desta vez em Londres. Na primeira parte, os ingleses adiantaram-se no marcador, por Walcott, e aguentaram-se assim até ao intervalo. No reatar, contudo, viram-se reduzidos a dez unidades com a expulsão de Koscielny aos 53. E depois começaram as invasões bávaras. Lewandowski, Robben, Douglas Costa e Arturo Vidal, este por duas vezes, atiraram o Arsenal ao tapete, com uma pesada e humilhante goleada caseira.
As reviravoltas
No leque de equipas que deram a volta a resultados negativos, a primeira referência tem de ser para o Barcelona. Depois da derrota por 4–0 em Paris, os catalães não atiraram a toalha ao chão. Um golo cedo de Suárez serviu de aviso, mas ao intervalo o Barça vencia “apenas” 2–0. Depois do terceiro golo, o PSG reduziu. O Barcelona precisava de marcar mais 3 para passar. Não podia ter sido mais épico. Com golos aos 88, 91 e e 95, os blaugrana fizeram história. Neymar, que marcou dois e assistiu no terceiro, foi a figura desta remontada memorável.
Também o Monaco, orientado por Leonardo Jardim, conseguiu dar a volta à eliminatória. Depois da derrota por 5–3 em Inglaterra, os monegascos venceram o Manchester City por 3–1 no Principado, passando aos quartos pelo maior número de golos fora. Bernardo Silva assistiu para o primeiro golo e a equipa de Jardim fez uma primeira parte de sonho. O 2–0 ao intervalo já dava a passagem aos franceses, mas Sané marcou aos 71, pondo o City na frente. Seis minutos depois, Bakayoko voltou a estabelecer a diferença de dois golos que apurou o Monaco.
Também o Leicester conseguiu dar a volta a um resultado, mas este era menos complicado. Tendo perdido 2–1 em Espanha, aos campeões ingleses bastavam vencer por 1–0. A equipa agora orientada por Craig Shakespeare fez melhor, vencendo o Sevilla por 2–0. Wes Morgan e Marc Albrighton marcaram os golos, um em cada parte, mas talvez o grande herói deste feito do Leicester seja mesmo Kasper Schmeichel. O guardião dinamarquês defendeu um penálti aos 80’, que igualaria a eliminatória. Ele que já tinha, aliás, defendido um penálti na primeira mão.
A confirmação
Só falta falar da recepção do Atlético de Madrid ao Leverkusen. Depois da vitória por 4–2 na Alemanha, os espanhóis tinham a passagem praticamente assegurada. No jogo de Madrid, os homens da partida foram os guarda-redes Leno e Oblak, que pararam tudo o que havia para parar. Por causa deles, o jogo não saiu do nulo, confirmando a passagem do Atleti.
Equipa da Semana












